Caro Sr. Blanco,
Não pude retirar meu trailer de sua propriedade no tempo combinado. Sinto muito. Encontrará na caixa sobre a cômoda dinheiro suficiente para pagar a remoção de todos os meus pertences de seu terreno, e um pequeno bônus pelo transtorno que possa lhe causar. Saiba, porém, que se parti de repente foi por um motivo de força maior. A mulher que eu amo está sob poder de um louco, e preciso resgatá-la.
Mais uma vez, perdoe-me.
Seu criado,
Dominic Green.
P.S.: Desculpe pelo cadáver no chão do trailer, mas tive que matá-lo. Espero que isso não lhe traga problemas.
O bilhete, cravado com uma adaga na porta do trailer abandonado de um mágico fora encontrado pelo dono do terreno, Afonso Blanco, sem que ele conseguisse compreender seu significado. A polícia foi chamada, mas nenhum cadáver foi encontrado. Algumas gotas de sangue e objetos espalhados pelo chão eram os únicos vestígios de luta.
O sumiço do mágico era, portanto, incompreensível. O bilhete datava de quatro dias atrás. Sem nenhum desaparecido na cidade, o mais provável era que Dominic tentara pregar uma peça em sua senhoria, ou escolhera uma maneira muito inquietante de ir embora sem pagar o aluguel do terreno. A única questão era por que deixara o trailer e a tenda de espetáculos parcialmente desmontada para trás?
Talvez não devessem dar o caso por encerrado tão rapidamente. Talvez ainda tivessem notícias de Dominic Green…
Não poderiam estar mais enganados.
***
Quatro dias atrás
Dominic Green mal acabara de desmontar as armações de sua tenda quando ouviu um grito desesperado de mulher, vindo do interior do trailer que, supostamente, lhe servia de moradia.
Ele correu para socorrê-la, mas a cena que se revelou dentro do trailer era pavorosa. Sua noiva, Scarlett estava paralisada no meio do aposento, gritando. Sangue escorria de seus olhos em lugar de lágrimas. Estava presa por uma força sobrenatural que sugava sua vida, enquanto ela lutava para se libertar. O azul cianótico, ligeiramente esbranquiçado que coloria sua pele indicava que ela estava prestes a cruzar o véu do mundo dos mortos. Mais alguns segundos e seria tarde demais para salvá-la.
Sem pensar duas vezes, Dominic se lançou sobre a criatura que a estava matando, sacando rapidamente a adaga do cinto, e num único movimento, cravou-a no peito da criatura. O contato se perdeu, e Scarlett estava livre. Ao menos, momentaneamente.
Enquanto arrancava a adaga do cadáver da criatura, a porta do guarda-roupa no fundo do trailer se escancarou, e antes que ele pudesse reagir, uma sombra arrebatou Scarlett, desaparecendo com ela através do portal.
A cena horripilante fora assistida por um policial que vinha passando, e que fora atraído pelos gritos de Scarlett. Parado na porta do trailer, sem conseguir reagir, o homem encarava o guarda-roupa vazio, tentando compreender se o que acabara de ver fora real ou um pesadelo do qual não conseguia acordar.
– O que foi isso? – indagou o policial, Augusto Castanho.
– Não tenho tempo para explicar – disse o mágico, rabiscando rapidamente um bilhete para o dono do terreno, cravando-o em seguida na porta do trailer com a adaga com a qual Scarlett tentara se defender, e que ficara caída no chão. – Preciso salvá-la.
Sem ao menos se voltar para encará-lo, o mágico se lançou através do guarda-roupa, desaparecendo nas trevas do portal.
O policial encarou a passagem por algum tempo, incapaz de decidir se devia segui-lo, chamar reforços ou procurar um psiquiatra. Por fim, o senso de dever falou mais alto, e mesmo sem saber onde ou com o quê estava se metendo, cruzou o portal no fundo do guarda-roupa.
Ao atravessar a passagem, Castanho se viu na ampla sala de estar de uma mansão antiga. A lareira acesa era a única luz no aposento. Vários candelabros se espalhavam pela sala, com as velas apagadas.
“Devo estar sonhando”, pensou, duvidando de que uma sala daquele tamanho pudesse se ocultar no fundo de um guarda-roupa, dentro de um trailer minúsculo. Ou ele estava sonhando, ou aquilo só existia por magia. Ele não acreditava em magia, mas depois da cena que presenciara, nada mais parecia impossível.
Dominic Green sumira de vista. A porta da frente estava aberta, e Castanho correu para lá, esperando encontrar alguma pista da direção que o mágico tomara. Mas ele desaparecera.
À sua frente, surgiu uma cidade que parecia ainda estar no século XIX. As casas eram todas feitas de pedra, com telhados de ardósia. As ruas estreitas, sem calçada, pavimentadas com paralelepípedos. Tudo cinza chumbo, combinando com a negrura do céu. Passava pouco do meio-dia, ele tinha certeza, mas ali, naquela cidade estranha, era noite.
– Ei, moço! – bradou uma voz às suas costas. – Está perdido?
Castanho se virou, procurando de onde vinha a voz, sem ver ninguém.
– Está perdido? – repetiu a voz, parecendo vir de cima.
Castanho ergueu os olhos. Num galho alto de uma árvore havia um Corvo. E era a única presença viva no jardim.
– Quem falou? – perguntou o policial para a noite.
– Eu! – bradou a voz mais uma vez, não deixando dúvida de onde vinha. Com exceção do poema de Edgar Allan Poe, Castanho nunca conhecera um Corvo que falasse. – Por que está tão espantado?
– Você é um corvo, não devia falar – respondeu o policial, sentindo-se definitivamente maluco por estar conversando com uma ave.
– Com quem você acha que os papagaios aprenderam? – retrucou a ave, abrindo as asas em sinal de deboche. – Está procurando alguém?
– Sim. O mágico que vive nessa mansão. Você o viu?
– Vi quando ele saiu, armado para uma guerra.
– Para onde ele foi?
– Para cima.
– Como assim? Ele saiu voando?
– Você não é daqui. – Não foi uma pergunta. Castanho fez que não com a cabeça. – Péssima ideia, moço. Nunca deixe uma pessoa neste mundo saber que você é um forasteiro. Pode custar sua vida.
Depois do que presenciara naquela noite, ele não tinha dúvida sobre os perigos que aquele mundo ou dimensão poderia oferecer.
– Eu não tenho tempo para conversar. Preciso saber para onde foi o mágico. Quero ajudá-lo.
Sem saber direito por quê, Castanho contou resumidamente ao Corvo sobre o rapto da moça.
– Você deve sair daqui agora mesmo – aconselhou o Corvo –, antes que ele volte.
– Quem? O mágico?
– Não. A criatura.
A palavra arrepiou a espinha do policial.
– Venha comigo – disse a ave, levantando voo. – A bruxa saberá o que fazer.
Castanho queria perguntar a quem o Corvo se referia, mas sentiu sua urgência em tirá-lo dali. Certamente ele não desejava ter um novo encontro com a criatura, depois de ver como ela quase matara a pobre moça. Assim, sem questionar, Castanho seguiu o Corvo.
***
“Eu realmente fiquei louco”, pensou o policial. “Não acredito que estou seguindo um Corvo. Podia ser um Coelho apressado a caminho do País das Maravilhas, mas isso aqui é o fim da picada…”.
A bruxa morava numa cabana flutuante, envolvida por uma névoa sobrenatural, no meio de um imenso lago que refletia e ampliava a luz prateada do luar.
Seguindo as orientações do Corvo, Castanho pôs um pé na água – duvidando de que seria capaz de caminhar sobre o lago –, e sentiu que pisava numa superfície firme. Arriscou mais um passo, e a “coisa” começou a emergir da água.
– Um barco?! – exclamou ele, admirado, ao vê-lo surgir das profundezas. Era pequeno e prateado, e assim que ele alcançou o meio da embarcação, esta começou a se mover lentamente em direção à cabana da bruxa.
– Agora eu sei que não é um inimigo – disse o Corvo, empoleirando-se na popa, sobressaltando o policial. Se ainda era possível ficar mais assombrado. – Uma alma agourenta não consegue convocar o barco. Teria sido engolido pelo lago.
– E só agora você me avisa? – respondeu Castanho, com sarcasmo.
A mulher não se parecia em nada com a figura que ele imaginara. Podia até ser uma bruxa, mas sua aparência era de fada. Muito jovem; dezessete anos, se muito. Os cabelos eram prateados e muito compridos, e a pele imaculadamente branca parecia nunca ter sido tocada pelo sol. Os olhos, de um azul muito claro, quase prateado, combinavam com o vestido, que parecia o céu da manhã. Seu nome era Celeste.
– Trouxe um amigo? – ela disse ao Corvo, sua voz suave e melodiosa, como um canto de sereia.
– É um estrangeiro – disse o Corvo. – Traz notícias de Dominic. E não são nada boas.
Castanho contou rapidamente o que ocorrera no trailer do mágico: como a moça fora atacada e raptada, como Dominic matou a criatura, e depois se lançou no portal dentro do guarda-roupa, decidido a resgatá-la.
– Dominic foi sozinho resgatar Scarlett? – indagou Celeste, apavorada. – Ele enlouqueceu? É uma missão suicida!
Enquanto o policial indagava sobre o que estava acontecendo, Celeste tomou uma série de providências para, ao que parecia, empreender uma viagem.
– Dominic é um mago medíocre, com mais ambição que talento – disse Celeste, experimentando o corte de uma espada numa mesa de mogno.
Castanho estava prestes a discordar, pois Dominic Green era considerado um dos melhores mágicos em seu mundo. Mas, dadas as circunstâncias, e considerando o lugar em que se encontrava, deduziu que ela devia saber do que estava falando.
– A coisa que ele matou esta noite é um Espectro. Eles são asseclas do Duque que governa nosso mundo, e não podem ser mortos no mundo humano. Logo ele vai se regenerar e retornar para cá. Precisamos encontrar Dominic antes disso.
– O que o Duque pretende com a moça?
– Lavar-se no sangue da mais bela.
– Literalmente?
Celeste aquiesceu.
– A troco de quê?
– Pôr um fim nessa noite interminável.
O reino, que se chamava Morgenstern, fora amaldiçoado anos atrás por causa das maldades do Duque Ricardo Eldorado. Vaidoso e soberbo, ele acostumara-se a cercar-se de beleza por todos os lados, desprezando tudo que não fosse belo. Qualquer pessoa ou animal defeituoso, ou que ele julgasse abaixo de seus padrões de beleza eram executados sob suas ordens. Por isso, os Magos – entre eles Celeste – se uniram para frear seu reinado de horror. O poder do Duque provinha do sol, por isso, os Magos cobriram Morgenstern com uma noite eterna, neutralizando assim os poderes do Duque, que, furioso, invocou uma magia das trevas muito antiga para transformar seus seguidores em Espectros, criaturas semimortas, que se locomoviam nas sombras, e se alimentavam de vidas humanas.
Para quebrar a maldição, o Duque precisaria sacrificar a pessoa mais bela do reino. Essa brecha existia, pois nenhum feitiço pode ser inquebrável – a natureza requer equilíbrio. Sabiam que a pessoa que o Duque sempre consideraria a mais bela, era ele mesmo, e, naturalmente, ele não se sacrificaria para que Morgenstern visse a luz do dia novamente.
Ao menos, até que ele pôs os olhos em Scarlett.
Ela era preciosa, como uma joia. Castanho a vira, parcialmente desfigurada enquanto lutava para resistir ao Espectro, e apesar do sangue em seu rosto e da dor excruciante em sua expressão, tinha certeza de jamais ter visto criatura mais bela.
O mágico pensava que ela estaria segura no mundo humano, mas obviamente se enganara.
Celeste formulara um plano para cercar o castelo, e o Corvo se lançou pelo reino em busca de reforços.
O barco encantado subiu o lago, e penetrou no rio que os conduziria até o castelo do Duque, que se equilibrava vertiginosamente sobre um penhasco rochoso, no lado norte do reino. De longe, exceto por algumas janelas iluminadas, o castelo negro desaparecia no contraste com o céu noturno.
Uma abertura secreta na rocha, que nem o Duque conhecia, os conduziu por baixo do castelo, onde uma escadaria de pedra interminável, parcamente iluminada com archotes, os levaria a uma adega.
Dali, os dois se esgueiraram sorrateiramente até o pátio central do castelo. Escondidos atrás de uma larga coluna, eles viram quando um Espectro, semelhante àquele que Dominic ferira no trailer, arrastou a bela Scarlett até uma fonte de pedra, decorada com a estátua de um anjo chorando sobre uma flor morta em sua mão. A Fonte Sagrada que selara o feitiço da Noite Eterna no reino.
Junto à fonte, estava um homem, vestido inteiramente de negro, com um manto dourado às costas. O Duque. O rosto era idêntico ao do anjo de pedra que decorava a fonte, exceto pelas lágrimas. Havia uma dureza gélida em seu olhar, que fazia Castanho suspeitar de que ele fosse incapaz de sentir ou expressar qualquer emoção.
Tinha uma adaga de ouro na mão, e com ela, acariciou o maxilar de Scarlett, que ainda trazia lágrimas de sangue secas no rosto.
– É uma pena ter que sacrificar algo tão belo – disse o Duque, com uma voz sedutora.
Subitamente, a Fonte Sagrada pegou fogo, o anjo de pedra brilhando no meio das chamas. Era o início do ritual de sacrifício.
– Faça alguma coisa! – exigiu Castanho à Celeste.
Mas a bruxa não estava mais ao seu lado.
O vulto prateado de Celeste moveu-se rapidamente pelas sombras das colunas ao redor do pátio.
De repente, quando o Duque moveu a adaga para cortar a garganta de Scarlett, um vulto negro emergiu das chamas na fonte. Dominic, parecendo imune ao fogo, lançou-se sobre o Duque, fazendo a adaga saltar de sua mão. Uma dúzia de Espectros emergiu das sombras, lançando-se sobre os dois homens que lutavam junto à fonte. Por um segundo, Castanho não pôde ver nada além das sombras negras amontoadas no meio do pátio. Aqui e ali um raio escapava do meio da confusão, subindo cada vez mais alto no céu, atingindo uma nuvem negra que se formava sobre o castelo, encobrindo a lua e as estrelas, mas Castanho não sabia quem estava criando aquela tempestade mágica. Só o que ele percebia era que o epicentro da tormenta estava em algum lugar no meio dos Espectros.
Castanho lutou para afastar Scarlett do caos, mas ela se recusou.
– Eu não vou sem Dominic! – disse ela, apanhando uma espada no chão e avançando contra os Espectros.
Quando o primeiro deles caiu, mortalmente ferido, Castanho sacou seu revólver. A coragem daquela moça, que se dispunha a combater bravamente depois de ter sido cruelmente atacada apenas algumas horas mais cedo, o inspirava a avançar para a batalha.
O primeiro tiro foi certeiro, atingindo a cabeça de um Espectro. Em seguida, porém, ele se deu conta de que cometera um grande erro.
O monstro se voltou para ele, o sangue escorrendo na testa por onde a bala o atravessara, enquanto avançava sobre o policial, que só escapou graças a um reflexo rápido.
– Sua arma mortal não pode matá-los! – gritou Scarlett, puxando de volta a espada com a qual matava o segundo Espectro.
– Merda! – gritou Castanho, chutando a cara de um Espectro, enquanto lutava para alcançar a espada que Celeste tinha lhe dado.
Assim que tocou a empunhadura, um raio poderoso atingiu o emaranhado de mantos negros ao seu redor, lançando os corpos em todas as direções. Num átimo de segundo, Castanho pôde ver, ainda junto à fonte, Dominic debruçado sobre o Duque, apertando seu pescoço com força. Uma energia luminosa lutava para sair do vilão, sem sucesso. Do outro lado, viu Celeste com as mãos estendidas para o céu, e finalmente compreendeu. Era ela quem estava criando aquela tempestade. O poder do Duque vinha do sol, e mesmo naquela Noite Eterna, ele podia captar parte desse poder refletido no luar. Mas as nuvens negras que ela criara bloqueavam a lua, por isso o Duque não conseguia conjurar sua magia. E, de alguma forma, a mesma tempestade estava neutralizando também o poder dos Espectros.
A magia de Dominic – se é que ele possuía alguma – não o estava ajudando agora. Ele era fisicamente mais forte que o vilão, mas seria suficiente para vencê-lo, sem poder alcançar suas armas espalhadas pelo chão?
Castanho segurou firme a espada, e num movimento rápido, cravou-a no peito de um Espectro, lançando-se sobre outro em seguida. Scarlett havia deixado três deles para trás, e tinha agora um corte sangrando num dos braços, mas para cada Espectro que eles matavam, outros três emergiam da escuridão do castelo. A batalha ferrenha parecia longe de terminar, e, pelo que pôde perceber, Celeste não conseguiria sustentar o feitiço de tempestade por muito tempo.
– Cadê aquele maldito Corvo quando se precisa dele? – murmurou Castanho, empurrando outro Espectro morto para fora de seu caminho.
Como conjurado pela exclamação, a ave voou sobre o pátio, acertando uma bicada no olho de um Espectro que se aproximava pelas costas de Scarlett.
Um exército irrompeu de repente no pátio, brandindo suas espadas, equilibrando a batalha.
Mas agora, o Duque conseguira ficar de pé, dominado por uma breve centelha de poder que escapava da cobertura de nuvens que se dissipava, as forças de Celeste esvaindo-se na exaustão.
Ele empurrara o mágico para longe, queimando seu rosto com a mão em brasa. O feitiço que o protegera das chamas na fonte havia perdido o efeito.
Com uma adaga na mão, o Duque se lançou na direção de seu inimigo.
Subitamente, porém, uma flecha cruzou o céu e morreu no peito do Duque.
O pátio imediatamente caiu em silêncio, todos os Espectros congelados como se o próprio tempo tivesse parado.
Num dos telhados do castelo o Corvo pousou sobre o ombro do arqueiro misterioso, no exato instante em que o Duque engasgou com o próprio sangue, caindo em seguida, morto aos pés do mágico.
Um a um, os Espectros se dissolveram em poeira, carregada pelo vento da tempestade que se extinguia.
***
As forças de Celeste foram retornando à medida que descansava do terrível esforço que fizera para manter a tempestade sobre o castelo. Dominic e Scarlett trataram dos ferimentos um do outro, enquanto assistiam, emocionados ao primeiro amanhecer sobre Morgenstern em mais de uma década. O exército aliado deu um brado de vitória assim que a noite se dissipou sobre o reino.
A Castanho somente restou retornar pelo portal mágico, no fundo do guarda-roupa, depois de ter vivido uma grande aventura, na qual, ele estava certo, ninguém jamais acreditaria.
Sobretudo porque, pensando bem, e recordando agora os nomes dos personagens que conhecera – Green, Scarlett, Celeste, Eldorado, e ele mesmo, Castanho –, nunca houvera noite mais colorida.
Conto publicado originalmente no Wattpad.